16 novembro, 2011
Entrevista site Santaconstancia: OSCAR GALINDEZ
MundoTri: Oscar, fale um pouco sobre sua participação no Mundial de Las Vegas.
Oscar Galindez: Confesso que eu sabia que não seria fácil repetir o sucesso de 2007 e, novamente, ser vice-campeão Mundial, já que, por causa de alguns problemas prévios, não consegui focar 100% no objetivo e nos treinos. Mesmo assim, a performance foi regular, porém ficaria mais feliz se tivesse conseguido um top 10 na classificação. Agora, eu tenho a certeza de que se o mundial de 2007 tivesse sido realizado no circuito de Las Vegas, muito provavelmente, não teria definido a prova com Andy Potts no sprint final.
Ao avaliar o meu desempenho, a natação foi definitivamente melhor em relação ao ciclismo e corrida, sendo que nessas últimas senti fortes dores nos flexores do quadril, o que, após vários exames, descobri que resultou em uma tendinite.
MundoTri: Em sua opinião, qual foi a principal diferença do Mundial de Las Vegas para o que acontecia em Clearwater?
Oscar Galindez: Eu desconheço detalhes das negociações da WTC nesse sentido. Com minha experiência em Clearwater, onde rolava muito vácuo tornando a prova similar às de ITU, o que posso falar é que era uma prova "vacuolandia", onde os atletas se aproveitavam do circuito totalmente plano. Agora, o circuito vem com muitas subidas, descidas, clima seco e muito calor, o que dificulta bastante a prova, tornando-a seletiva.
MundoTri: Como foi o percurso do pedal na prova, condizente com um grande mundial?
Oscar Galindez: Já te respondi acima, mas posso acrescentar que gostei muito dele, pois além das subidas, o percurso tem ida e volta.
MundoTri: Em sua opinião, qual percurso é mais desafiador, Las Vegas ou Kona (sem considerar as distâncias, claro)?
Oscar Galindez: É difícil responder porque, se analisarmos alguns trechos de Kona, posso dizer que é tão duro quanto Las Vegas. Em Kona, o vento é muito mais forte, faz muito calor e muita umidade. Já em Las Vegas, o percurso do 70.3 é difícil devido às subidas, mas lá também faz calor, porém é bem mais seco que Kona.
MundoTri: Alguns falam em acabar com a proibição do vácuo em provas longas, assim como na ITU. Qual sua opinião sobre isso?
Oscar Galindez: Já escutei muita besteira por aí, mas não acredito em nada enquanto não ouvir a versão “oficial” sobre o assunto. Sei que fica cada vez mais difícil controlar o vácuo, mesmo porque, não existe consciência da maioria dos triatletas neste sentido. Os próprios atletas sabotam o seu próprio trabalho e acabam se enganando, ao alimentar uma falsa “superação”, palavra que está na moda para os adeptos do triathlon. Mas, poucos sabem o que realmente ela significa. Se liberarem o vácuo, mudarão a essência do Ironman.
MundoTri: E quais dicas você dá para os leitores que pretendem correr Las Vegas em 2012?
Oscar Galindez: Em matéria de treino, façam subidas procurando as mais longas e não precisam ser muito íngremes. A corrida é seletiva também porque a cada volta, ou você sobe ou você desce, mas calma! A maioria desse percurso é um tipo de falso plano, então a dica é dosar a força na bike para correr o melhor possível, de preferência, fazê-la progressiva. A hidratação é importante, pois podemos não perceber uma provável desidratação pelo clima seco e a alta temperatura. O mais importante é: “triatletas, nunca esperem um milagre em relação ao clima, vento ou se fulano ou ciclano estará na prova... preparem sua cabeça para o pior”.
MundoTri: Como os tecidos da Santaconstancia o ajudaram na competição e no pós-prova?
Oscar Galindez: Eu não sou somente atleta da Santaconstancia, também participei diretamente do desenvolvimento dos principais tecidos que a Santa produz. Esses tecidos se enquadram muito bem ao triathlon. A minha marca, OG Design, usa os tecidos da Santaconstancia porque isso faz parte da nossa qualidade.
Sempre visei chegar num produto (tecido) com suficiente compressão e que, ao mesmo tempo, fosse confortável, leve e com uma gramatura justa para que não encharcasse muito. Todas essas qualidades eu encontrei nos tecidos Santaconstancia.
MundoTri: Quais seus objetivos para o fim de 2011 e para 2012?
Oscar Galindez: Estou me recuperando de uma lesão no músculo psoas (músculo da região lombar), fazendo fisioterapia e fortalecimento. Por causa dessa tendinite, tive que cancelar minha participação no Ironman 70.3 Miami, mas estou acreditando que estarei no Ironman Cozumel, pois, além de participar da prova, será a prova onde competirão os triatletas do meu segundo projeto solidário Ironman Cozumel 2011.
Já para a metade de 2012, tenho os Ironmans 70.3 Pucon, 70.3 Panamá, 70.3 San Juan e 70.3 Porto Rico. Talvez alguma competição tipo meio ou olímpica na Argentina ou Brasil, e para confirmar Ironman Brasil. Segunda metade de 2012, o Mundial, em Las Vegas.
MundoTri: Se pudesse resumir um triathlon em uma única frase, como seria?
Oscar Galindez: Triathlon seria:
“É a minha vida”.
“Nesses últimos 25 anos, eu não deixei de pensar um só dia em triathlon”.
“No triathlon eu voo livre como um pássaro, vejo o céu e também o inferno, descarrego a minha raiva, sou presidente por um instante, me torno uma criança, como também um animal, sinto a glória e a frustração, é um exemplo eterno do Yin-Yang”.
Postado por: MundoTri 11/NOVEMBRO/2011
http://www.santaconstancia.com.br/esportes/entrevistas/entrevista-oscar-galindez
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